Madeira foi explorada no interior de áreas públicas federais.
Grupo criminoso foi multado em quase R$ 2 milhões.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concluiu a destruição de 2.063,65 m³ de madeira ilegal em toras no município de Anapu, no sudoeste do Pará. A operação contou com apoio da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (22).
Segundo o Ibama, a madeira encontrada em um porto fluvial foi explorada ilegalmente no interior de áreas públicas federais e glebas federais em litígio na Justiça Federal, cujos infratores responsáveis inclui um grupo de madeireiros dos municípios de Anapu e Moju, que se associaram para saquear florestas púbicas na região da divisa dos municípios de Portel e Anapu.
No local, foi apreendida uma grande quantidade de maquinário, com três carregadeiras, um trator, dois caminhões e duas balsas, avaliados em R$ 1 milhão. Além da apreensão do maquinário, 13 pessoas foram detidas e encaminhadas à Delegacia de Polícia Civil. O grupo criminoso foi multado em R$ 1.857.285,00.
Denúncias
A fiscalização ocorreu após denúncia do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra), que visitou o local após o pedido de licenciamento ambiental do porto de apoio para o escoamento da madeira oriunda do Plano de Manejo Florestal Comunitário do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá.
Mas, ao chegarem os servidores constataram grande volume de toras ilegais que não provinham da área explorada pela comunidade, maquinários e vestígios de pessoas escondendo-se mata adentro. O Ibama redirecionou então parte de suas equipes para a região.
Desmatamento
Desde a época em que a irmã Dorothy Stang, assassinada há 11 anos, atuava no município, a extração ilegal de madeira é recorrente na região, onde se localizam os Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá e Esperança.
O Ibama acredita que tais atos são praticados por quadrilhas de madeireiros que agem em total clandestinidade, saqueando áreas de florestas públicas a partir da exploração ilegal de madeiras nobres, dilapidando o patrimônio público.
“O cenário encontrado no local do assassinato da irmã Dorothy demonstra a facilidade que essas quadrilhas continuam encontrando para cometer seus crimes. Eles só praticam esse tipo de delito porque encontram facilidade em ‘esquentar’ a madeira no sistema estadual de controle florestal e depois revendê-la como legal”, afirmou o chefe da divisão técnica do Ibama, Leandro Aranha.
Fonte: G1/Pará